Desafio Político

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Desafio político, é apresentado por Gene Sharp, logo no primeiro capítulo de seu livro com as seguintes palavras:

O termo usado neste contexto foi introduzido por Robert Helvey. “Desafio político” é luta não violenta (protesto, não-cooperação e intervenção), aplicada desafiadora e ativamente para fins políticos. O termo surgiu em resposta à confusão e distorção criados por equiparação da luta não violenta ao pacifismo e “não-violência” moral ou religiosa. “Desafio” denota uma oposição deliberada à autoridade, por meio de desobediência, não deixando espaço para submissão. “Desafio político” descreve o ambiente em que a ação é empregada (político), bem como o objetivo (poder político). O termo é usado principalmente para descrever a ação das populações para recuperar o controle de instituições governamentais através do ataque implacável às fontes de poder das ditaduras, e o uso deliberado de planejamento estratégico e operações para o faze-lo. Neste trabalho, desafio político, resistência não violenta e luta não violenta serão usados como sinônimos, embora os dois últimos termos geralmente se refiram a uma gama mais ampla de objetivos (sociais, econômicos, psicológicos, etc.).

Fonte:
SHARP, Gene. Da Ditadura à Democracia. Uma estrutura conceptual para a libertação . Tradução: FILARDI, José a. S. 4ª Edição. Pg. São Paulo: Pg. 7. 2010. ISBN 1-880813-09-2. (ênfase acrescentada)1

Desafio político, portanto é um direito que qualquer cidadão pode exercer quando julga que a autoridade constituída o está prejudicando. Tal oposição pode ser feita isoladamente ou, o que é mais efetivo, em grupo.

Se, ao contrário do que insiste em afirmar a maioria dos meios de comunicação (rádios, televisão, jornais, revistas, blogs, portais e sítios “chapa-branca”) e uma grande parte dos formadores de opinião – jornalistas, acadêmicos, atores e atrizes globais, músicos populares, intelectuais, professores em todos os níveis, cineastas etc. – na História do Brasil, jamais existiu um momento como o atual em que a maior fração dos brasileiros está sendo tão grandemente prejudicada pelas ações (ou inações) do governo constituído que estende privilégios a minorias e marginais, apenas com a nossa mobilização pacífica, poderemos ter esperança de conseguir reverter esse quadro.

Cabe portanto, a nós, os que nos sentimos incomodados e ameaçados pelo Governo, protestar. E o meio não-violento de fazermos este protesto é o desafio político. No Brasil, estamos acostumados a ver este tipo de movimento popular levado a efeito pelas esquerdas que distorcem o uso da técnica desenvolvida e explicada por Gene Sharp, convocando a militância para fazer suas manifestações visando apenas seus interesses partidários e não, como descreve Sharp, como meio válido de pressão sobre ditaduras opressivas. Chegou a hora da oposição anti-esquerdista aprender e lançar mão deste recurso no sentido de pressionar as instituiçẽos democráticas a agir contra as ações do partido que está no poder manobrando para transformar nossa República num mero satélite bolivariano às mãos do Foro de São Paulo.

Segundo Sharp2, além do desafio político, são quatro, as principais formas pelas quais o povo pode apresentar resistência aos ditadores,

  • através da violência (guerrilha);
  • golpe militar;
  • eleições;
  • buscando apoio no estrangeiro;

Utilizando o livro de Gene Sharp, já citado, os próximos posts tratarão de cada uma dessas formas de resistências e mostrará porque de todas elas, o desafio político ainda é a melhor e a que mais se adequa ao atual cenário político brasileiro.


1. Fontes e leituras recomendadas:

2. Sharp, op. cit. pgs.8, 9

2 comments on “Desafio Político

  1. […] última das quatro alternativas ao desafio político analisadas por Sharp é o apelo à ajuda internacional para derrubar uma ditadura opressiva. […]

  2. […] seu livro1, Gene Sharp nos fala de quatro alvos que precisam ser imediatamente atingidos para que o desafio político seja bem sucedido em seu propósito de derrubar uma […]

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